segunda-feira, fevereiro 09, 2009

[27]

Há noites em que deitar a cabeça no peito de alguém e ouvir o seu coração bater, é a única coisa que nos acalma. Preciso disso agora. Senti-me super orgulhosa de mim mesma pela nota que tive no teste, mas de que serviu tê-la, se não tive a quem ligar depois a dizer o que aconteceu?

Falta aquela pessoa que não precisa de dizer nada, porque basta ver o brilho no seu olhar, para sabermos que somos motivo do seu orgulho. A pessoa ainda existe. O brilho é que talvez não.
Falta o sorriso da pessoa que nos faz sorrir, mesmo quanto temos o pior dia possível. A pessoa ainda existe. O sorriso é que talvez não.
Falta aquele toque na face, aquele roçar de mãos, de corpos, de almas. O corpo ainda existe. A alma é que talvez não.
Falta um futuro, baseado numa história do passado e em factos do presente. A esperança ainda existe. O sonho é que talvez não.
Falta um pouco de carinho e atenção. A distância ainda existe. A paixão é que talvez não.
Falta uma troca de olhares. Os olhos ainda existem. O sentimento é que talvez não.
Faltam uns meses. O medo ainda existe. A falta de amor é que talvez não.
Faltam certezas. As palavras existirão. Os gestos é que talvez não.
Faltam horas de sono. A cama ainda existe. O pesadelo é que talvez não.
Falta esclarecimento. Ela ainda existe. A força vinda do interior, também.

[As coisas escritas ás 3 e tal da manhã, no Sábado passado]

1 comentário:

Marta Guerreiro disse...

O texto está lindissimo ;)