"Beatie, cujo aspecto é o de um homem grávido de cinco meses, submeteu-se a uma alteração para eliminar os peitos femininos e a um tratamento de testosterona no seu processo de mudança de sexo mas conservou os seus órgãos reprodutores.
Logo que conseguiram ter uma situação económica desafogada, o casal tomou a decisão de Beatie ficar com a gestação do bebé de ambos.
"Tinham passado oito anos desde a minha última menstruação mas o meu corpo já se regulava por si mesmo e não tinha que tomar estrógenos nem progesterona, nem sequer medicamentos para favorecer a fertilidade com o fim de ajudar-me na gravidez", assegurou Beatie.
O plano deste casal deparou-se então com a oposição da comunidade médica, vizinhos e familiares.
"Os médicos discriminavam-nos pelas suas crenças religiosas, alguns negavam-se a chamar-me pelo meu nome masculino e a reconhecer Nancy como minhas mulher. Os recepcionistas riam-se de nós e os amigos negaram-nos apoio. Grande parte da família de Nancy não sabia que eu era transsexual", explicou Beatie.
O primeiro médico endocrinologista que os atendeu rejeitou o caso porque a sua equipa se sentia incomodada para tratar "alguém como ele", indicou o futuro padre.
Depois de um ano em que correram nove médicos e gastaram vários milhares de dólares, Thomas e Nancy conseguiram aceder a um banco de esperma para fazer o seu bebé.
Todavia, a primeira tentativa não teve êxito e o óvulo fecundado instalou-se fora do útero, levando Beatie à sala de operações onde lhe retiraram uma das suas trompas de falópio.
«Quando o meu irmão soube da perda do feto disse: "Foi bom que acontecesse. Quem sabe que tipo de monstro teria sido?"».
A segunda tentativa teve mais êxito e Beatie está agora grávido e espera dar à luz uma menina por volta de 3 de Julho deste ano.
"Como se sente um homem grávido? Incrível. Estou estável e seguro de mim mesmo como homem que sou. Incrível. Tecnicamente vejo-me como sucedâneo de mim mesmo, embora a minha identidade sexual seja a de varão. Eu serei o pai, Nancy a mãe e seremos uma família", confessou Beatie, questionando o que é ser "normal" para a sociedade."
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